A busca por um leito de UTI é uma realidade angustiante para muitas famílias no Brasil. Infelizmente, a superlotação dos hospitais e a escassez de leitos disponíveis, tanto na rede pública quanto na privada, são problemas recorrentes, especialmente em períodos de maior demanda, como epidemias e surtos sazonais.
Quando o paciente precisa de UTI e não encontra vaga
A internação em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é indicada quando o paciente apresenta um quadro clínico grave que exige monitoramento constante e suporte especializado. Casos como insuficiência respiratória, infarto, AVC, septicemia e pós-operatórios de alto risco são alguns exemplos.
Mas o que fazer quando há indicação médica para UTI e não há vaga disponível?
Medidas imediatas que podem ser adotadas:
- Buscar transferência para outro hospital:
A equipe médica deve tentar transferir o paciente para uma unidade com disponibilidade, seja na mesma rede (SUS ou particular) ou em outra. - Registrar a recusa de internação:
É importante que a recusa do leito, por falta de vagas, seja formalizada no prontuário e, se possível, documentada por escrito. Esse registro é essencial para demonstrar a urgência da situação. - Acionar a Central de Regulação de Leitos (no SUS):
Em muitos estados, a regulação de leitos é feita por um sistema centralizado. O hospital deve notificar a central, que buscará vaga em outros hospitais da rede pública. - Procurar ajuda imediata:
Se a situação estiver crítica e o atendimento estiver sendo negado por ausência de vaga, é possível recorrer a órgãos como o Ministério Público, Defensoria Pública ou até mesmo entrar com uma medida judicial de urgência para garantir a internação do paciente.
E se o plano de saúde negar a internação?
No caso de planos de saúde, a recusa de UTI alegando ausência de cobertura, carência contratual ou ausência de vaga também pode ser questionada. A operadora tem obrigação de garantir o atendimento adequado e imediato, inclusive buscando alternativas ou custeando a internação em rede particular, se necessário.
Ações judiciais podem salvar vidas
Quando todas as alternativas se esgotam, a via judicial pode ser a única saída. Em caráter de urgência, juízes têm determinado que o SUS ou o plano de saúde providenciem a vaga de UTI imediatamente, sob pena de multa diária.
Ninguém escolhe passar por uma emergência médica. E quando isso acontece, é direito do paciente receber atendimento adequado e imediato. Em casos de falta de leito de UTI, é fundamental agir rápido, registrar todas as tentativas de atendimento e buscar apoio legal se for necessário.