Falta de leitos em UTI: o que fazer em situações de urgência

A busca por um leito de UTI é uma realidade angustiante para muitas famílias no Brasil. Infelizmente, a superlotação dos hospitais e a escassez de leitos disponíveis, tanto na rede pública quanto na privada, são problemas recorrentes, especialmente em períodos de maior demanda, como epidemias e surtos sazonais.

Quando o paciente precisa de UTI e não encontra vaga

A internação em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é indicada quando o paciente apresenta um quadro clínico grave que exige monitoramento constante e suporte especializado. Casos como insuficiência respiratória, infarto, AVC, septicemia e pós-operatórios de alto risco são alguns exemplos.

Mas o que fazer quando há indicação médica para UTI e não há vaga disponível?

Medidas imediatas que podem ser adotadas:

  1. Buscar transferência para outro hospital:
    A equipe médica deve tentar transferir o paciente para uma unidade com disponibilidade, seja na mesma rede (SUS ou particular) ou em outra.
  2. Registrar a recusa de internação:
    É importante que a recusa do leito, por falta de vagas, seja formalizada no prontuário e, se possível, documentada por escrito. Esse registro é essencial para demonstrar a urgência da situação.
  3. Acionar a Central de Regulação de Leitos (no SUS):
    Em muitos estados, a regulação de leitos é feita por um sistema centralizado. O hospital deve notificar a central, que buscará vaga em outros hospitais da rede pública.
  4. Procurar ajuda imediata:
    Se a situação estiver crítica e o atendimento estiver sendo negado por ausência de vaga, é possível recorrer a órgãos como o Ministério Público, Defensoria Pública ou até mesmo entrar com uma medida judicial de urgência para garantir a internação do paciente.

E se o plano de saúde negar a internação?

No caso de planos de saúde, a recusa de UTI alegando ausência de cobertura, carência contratual ou ausência de vaga também pode ser questionada. A operadora tem obrigação de garantir o atendimento adequado e imediato, inclusive buscando alternativas ou custeando a internação em rede particular, se necessário.

Ações judiciais podem salvar vidas

Quando todas as alternativas se esgotam, a via judicial pode ser a única saída. Em caráter de urgência, juízes têm determinado que o SUS ou o plano de saúde providenciem a vaga de UTI imediatamente, sob pena de multa diária.

Ninguém escolhe passar por uma emergência médica. E quando isso acontece, é direito do paciente receber atendimento adequado e imediato. Em casos de falta de leito de UTI, é fundamental agir rápido, registrar todas as tentativas de atendimento e buscar apoio legal se for necessário.