Exame genético Oncotype DX revoluciona o tratamento do câncer de mama, mas muitos convênios ainda se recusam a custeá-lo, mesmo com recomendação médica.
Um exame genético tem transformado a forma como o câncer de mama é tratado no Brasil e no mundo. O Oncotype DX analisa o perfil do tumor e indica, com base científica, se a paciente realmente precisa passar por quimioterapia — ou se pode optar por uma abordagem menos agressiva. Apesar da relevância do exame, muitos planos de saúde continuam negando sua cobertura.
A justificativa mais comum das operadoras é de que o exame não consta no rol de procedimentos obrigatórios da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). No entanto, esse argumento já foi considerado inválido por diversas decisões judiciais. A legislação brasileira garante que tratamentos recomendados por médicos, com base em evidências científicas, devem ser respeitados — mesmo que não estejam no rol da ANS.
O Oncotype DX é indicado principalmente para mulheres com câncer de mama em estágio inicial, receptor hormonal positivo e HER2 negativo. Por meio da análise de 21 genes, o exame estima o risco de recorrência da doença e ajuda os médicos a decidir se a quimioterapia trará mais benefícios ou apenas efeitos colaterais desnecessários.
Na prática, isso significa menos sofrimento físico e emocional para muitas pacientes — além de economia para o sistema de saúde. Segundo estudos, uma grande parte das mulheres com esse perfil pode ser tratada com segurança apenas com terapia hormonal.
Mesmo com a prescrição médica, algumas pacientes têm seu pedido negado pelos planos. Nesses casos, é possível recorrer administrativamente junto à operadora e, se a negativa persistir, considerar buscar apoio jurídico. Em muitas situações, liminares têm sido concedidas com rapidez, garantindo o custeio do exame em tempo hábil para o tratamento.
Pacientes que já pagaram o Oncotype DX por conta própria também podem solicitar o reembolso, desde que apresentem a prescrição médica e a negativa formal do plano de saúde.
O acesso ao Oncotype DX representa mais do que uma tecnologia de ponta — trata-se de garantir um tratamento individualizado, com menos impactos físicos e emocionais. Diante de uma negativa, o mais importante é não desistir: informar-se, reunir a documentação médica e, se necessário, contar com apoio jurídico especializado podem fazer toda a diferença no enfrentamento da doença.
Dr. Allan de Oliveira Campos – Advogado Especializado em Direito Médico da Saúde
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